Apresentação

Cosmos-Corpo-Celebração: Estados de Afeto

O TAMBOR – Grupo de Pesquisa em Carnaval e Etnocenologia (CNPq-2008) realizará, em Belém/PA, de 12 a 15 de junho de 2018: o VIII Colóquio Internacional de Etnocenologia, o II Encontro Nacional de Etnocenologia e o IV Encontro Paraense de Etnocenologia, celebrando assim os seus 10 anos de pesquisa etnocenológica na Amazônia com o tema COSMOS– CORPO-CELEBRAÇÃO: Estados de Afeto.

Este grupo de pesquisa integra o Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGARTES), do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e tem como coordenador o Prof. Dr. Miguel Santa Brigida. O grupo estuda a espetacularidade do carnaval brasileiro em sua polifonia e polissemia de gêneros e linguagens, além de investigar as carnavalizações reveladas na multiplicidade das práticas espetaculares brasileiras a partir dos pressupostos da Etnocenologia. Atualmente o grupo é composto por dezessete pesquisadores e oito colaboradores, nos últimos anos vem promovendo a ampliação do quadro de instituições locais e nacionais na articulação e execução de seus objetivos.

Dentre as suas principais ações destacamos o Encontro Paraense de Etnocenologia, realização bianual que objetiva refletir sobre a produção do conhecimento a partir da Etnocenologia enquanto Etnociência das Artes e Formas de Espetáculo, considerando-a como um novo paradigma teórico-metodológico que vem promovendo um singular avanço da pesquisa em artes cênicas no Brasil e no mundo.

A realização dos três eventos, além de celebrar os 10 anos do Grupo Tambor, vem adensar e remarcar a produção do conhecimento etnocenológico na Amazônia. Este panorama revela-se significativo ao considerarmos sua produção e articulação com outras instituições, grupos e núcleos de pesquisa nas artes cênicas na cidade, na região, no país e seus desdobramentos internacionais: Universidade do Estado do Pará (UEPA); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA);

Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Contemporaneidade, Imaginário e Teatralidade (GIPE-CIT) da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Laboratório das Artes Carnavalescas (LAC) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Núcleo de Estudos das Performances Africanas e Ameríndias (NEPAA) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade de Brasília (UNB); Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF); Escola de Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta Estandarte do Rio de Janeiro; e a Université Paris 8.

Histórico dos eventos

O Encontro Paraense de Etnocenologia é uma realização do Instituto de Ciências da Arte (ICA), Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGARTES), e Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), por meio do TAMBOR – Grupo de Pesquisa em Carnaval e Etnocenologia (CNPq-2008), foi implantado em 2012 e propõe a constituição de um espaço permanente de produção de conhecimento e troca de informações entre artistas, pesquisadores, profissionais e estudantes ligados ao campo das artes.

A produção de conhecimento tem sido evidenciada nos Encontros, em três aspectos destacados:


1 – Permite o intercâmbio entre artistas e pesquisadores das artes cênicas e também de diferentes áreas artísticas, solidificando relações institucionais locais, de outras regiões, apoiadores e contribuintes à institucionalização do projeto.

2 – Tornaram-se referência para pesquisadores, docentes, artistas e discentes de diferentes linguagens artísticas, permitindo a ampliação participativa às questões teóricas e metodológicas da Etnocenologia.

3 – A continuidade de ações artístico-acadêmicas, no interstício dos encontros bianuais observadas no GETNO – Grupo de Estudos em Etnocenologia; Dança e Etnocenologia; CIRANDA – Círculo Antropológico da Dança; LABETNO – Laboratório de Etnomusicologia; GIPACE – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Arte, Cultura e Educação; Grupo de Pesquisa Coreoepistemologias (CNPq-2014); em seminários, disciplinas, espetáculos e intercâmbios, tornando premente à construção etnocenológica na Amazônia.

Foram realizadas 3 edições do evento. Em 2012, Práticas Espetaculares da Amazônia, o qual teve o Prof. Dr. Armindo Bião (UFBA) e a Profa. Dra. Leda Martins (UFMG) como pesquisadores convidados. Em 2014, com o tema Corpo Lugar de Festas, os pesquisadores convidados foram a Profa. Dra. Helena Theodoro (RJ) e o Prof. Dr. Graça Veloso (UNB). Em 2016, o tema Espetacularidades Etnocenológicas: Alteridades, Estéticas e Poéticas, visou o aprofundamento sobre as espetacularidades tradicionais e contemporâneas que revelam o fulcro das investigações epistêmicas pela abordagem etnocenológica, privilegiando a sabedoria dos praticantes, as culturas populares, as tribos urbanas, os saberes tradicionais, o conhecimento comum, as vivências das ruas, das esquinas, dos bares, das feiras, dos lugares e não-lugares de potências geradoras de exercício de alteridades, suas estéticas particulares e suas singularidades poéticas na construção do conhecimento etnocientífico gerado da pesquisa em artes cênicas a partir da Amazônia. As três edições do Encontro Paraense foram sediadas na ETDUFPA.

O I Encontro Nacional de Etnocenologia ocorreu em Salvador (BA), de 12 a 15 de abril de 2016, com coordenação da Profa. Dra. Eliene Benício e do Prof. Dr. Fabio Dal Gallo. E teve como temática O Estado da Arte, que buscou avaliar o desenvolvimento da Etnocenologia no país, tendo em vista o crescimento da área da pesquisa e da pós-graduação em artes cênicas no Brasil, assim como a ampliação de seu horizonte teórico-metodológico.

Durante o encontro, os conferencistas brasileiros Gilberto Icle (UFRGS), Miguel Santa Brigida (UFPA), Fernando Antônio Mencarelli (UFMG), Jorge das Graças Veloso (UNB), Suzana Coelho Martins (UFBA) e Alexandra Gouvêa Dumas (UFS), apresentaram um panorama geral das pesquisas etnocenológicas das cinco regiões brasileiras, os quais são professores, pesquisadores e orientadores de alunos de graduação e pós-graduação em suas respectivas instituições de ensino.

A realização do VIII Colóquio Internacional de Etnocenologia em Belém do Pará, surgiu durante as deliberações finais do I Encontro Nacional de Etnocenologia em Salvador, dando prosseguimento as discussões internacionais do último Colóquio realizado em Paris em 2013, com o tema Experiências e expressões corporais das crenças: estéticas e identidades

Tema

Sob o tema COSMOS–CORPO–CELEBRAÇÃO: Estados de Afeto, o VIII Colóquio Internacional de Etnocenologia, o II Encontro Nacional de Etnocenologia e o IV Encontro Paraense de Etnocenologia, justificam-se no reconhecimento das dimensões transcendentais da Amazônia, sua multiplicidade de corpos e afetos geradores de práticas espetaculares potentes para a construção teórica e metodológica da Etnocenologia no âmbito local, nacional e internacional.

COSMOS–CORPO–CELEBRAÇÃO: Estados de Afeto apresenta uma vivência construída nas encruzilhadas de corpos compreendidos de afetos, fruto de celebrações humanas, manifestações festivas, compartilhamentos sagrados e Cosmos Carnavalizados de paixões no seu fazer/ser; e nas suas possibilidades de conexão cósmica desses corpos, ativamos resistência a partir das Práticas e Comportamentos Humanos Espetaculares Organizados (PCHEO).

Cosmos, que na Amazônia, ganha dimensões transcendentais em contato com a energia da mata, das águas dos rios, dos seus bichos, de suas entidades e de seu povo, enfatizando que estamos em um grande movimento espiralado de colaboração artística, cultural, filosófica e política.Em nossa região, a multiplicidade da construção de corpos amazônicos interage nas diferentes identificações do ser amazônico cósmico.Essas diferentes corporeidades ativam espetacularidades de caráter engajado na Amazônia Brasileira; reconhecendo a importância da descentralização do conhecimento, contribuindo para a desconstrução do etnocentrismo.

Celebrar do latim celebrare: comemorar; festejar; acolher com festejo, realizar um acontecimento ou cerimônia com solenidade. Então celebremos a Etnocenologia na Amazônia Paraense! Exaltando uma polifonia de vozes, práticas espetaculares e pesquisas diversas e peculiares. Celebremos o Cosmos, o Corpo em Estados de Afetos.

Nessa construção, a Etnocenologia ratifica seu status de Etnociência das Artes e Formas de Espetáculos e sua concepção teórica e metodológica na Amazônia, no Brasil e no mundo, proporcionando a ampliação do espaço de diálogo, debate e reflexão sistemática sobre a produção etnocenológica e o desenvolvimento de pesquisas que promovam possibilidades de interfaces com diversas áreas de conhecimento correspondentes ao campo transdisciplinar da Etnocenologia.

Objetivos

- Situar-se em posição de referência nas discussões da Etnocenologia enquanto Etnociência das Artes e Formas de Espetáculo e sua construção teórica e metodológica na Amazônia, no Brasil e no mundo;

- Ampliar o espaço de discussão e reflexão sistemática sobre a produção etnocenológica e o desenvolvimento de pesquisas que promovam possibilidades de interfaces com as diversas áreas de conhecimento correlatas ao campo etnocenológico;
- Estimular a divulgação de pesquisas em artes cênicas;
- Fomentar o intercâmbio entre artistas, pesquisadores, produtores culturais, mestres de cultura, comunidades e povos tradicionais no âmbito local, regional, nacional e internacional;
- Colaborar com as novas abordagens, técnicas e metodologias derivadas da produção etnocenológica.